domingo, 31 de janeiro de 2010

Eu odeio isso aqui.

Odeio viciados, odeio burros, odeio ignorância, odeio falta de silêncio, odeio multidões, odeio tédio, odeio proibições mas também odeio radicalismo, odeio comunismo, odeio ser capitalista, odeio fome, odeio miséria, odeio ricos demais, odeio invejá-los.

Odeio a China, odeio os chineses, odeio aquelas caras de babacas com olhos puxados que matam criança e torturam animais.
Odeio ser inferior à natureza, odeio quem odeia a natureza, odeio.

Odeio quem paga de malvado, mas amo saber que são uns bundões por dentro. Odeio quem fala demais sem ter vivido nada, odeio hipocrisia, odeio torcer para que os filhos da puta pseudo maiorais um dia se manquem. Odeio falta de harmonia, odeio que me olhem muito. Odeio que me perguntem muito. Odeio subestimação. Odeio Sol muito forte. Odeio quando demora a noite.

Odeio influenciados, a influência, boa ou não, me dá nojo. Odeio quem não ouve, odeio quem não vê. Odeio obesos que reclamam do peso mas são egoístas. Odeio que perguntem da minha vida. Odeio deboche, quem debocha sou eu. Odeio rendições. Odeio fujões. Odeio mais que tudo o pessimismo disfarçado de realidade. Odeio hippies passivos. Odeio grupinhos que estão sempre procurando algum motivo para começarem a se matar na porrada.

Odeio ver que a maioria das coisas que eu observo, é banal, e somente a minoria que presta, me faz continuar.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Preciso fazer xixi.


De uns tempos pra cá eu tenho pensado muito na palavra "hipocrisia". Quero dizer, quem garante que a palavra "hipocrisia" não esteja saindo diretamente da boca de um hipócrita? Por isso eu não me arrisco muito e penso mil vezes antes de chamar alguém de hipócrita, uma vez que eu tenho os meus podres e a pessoa, os dela.


Mas uma coisa é fazer na minha frente. Uma coisa é ser hipócrita na minha frente e dizer que eu tô errada. Aí eu acho o foda-se e grito "Seu hipócrita". Pessoas até do meu meio são acostumadas a viver um outro tipo de lance, e talvez por eu não entender (diz-se viver) eu pense isso, mas eu tenho quase certeza que eu não preciso fazer a mesma coisa pra entender realmente, e ter o meu direito de falar: HIPÓCRITA. Se você tirar esse meu direito só por que eu não vivencio isso, eu vou mandar a pessoa do meu lado tomar no cu quando chamar o governo ou não sei o que de política, de hipocrisia "AH MAS É MUITA HIPOCRISIA ESSE PAÍS", pois é né cara, a palavra se volta pra você. Sabe aquela situação que é tão ridícula que na tua mente não surge nem argumentos? Pois é... A minha própria mente dispensa o trabalho de formular um argumento de tão patético que é o que eu acabei de ouvir. E isso acontece comigo várias vezes.


Que nem agora, eu vou te chamar de mijão de bosta de babaca pq vc tá lendo essa merda que eu escrevi, sendo que agora eu preciso fazer xixi.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que acontece...? O que aconteceu?

Ela tem trinta e cinco anos.

Está sentada numa mesa de bar com amigos, como sempre fazia, desde que tinha dezesseis. Segurava uma caneca bruta, com muita cerveja, e a bebia, com sede, e gargalhava após alguma piada machista. Gargalhava pois achava ridículo, mas ainda assim, engraçado. Desde que tinha dezesseis, ela faz isso. Mas desde dos nove, ela sonhava em ser alguém importante.


Ela sonhava em voar. Não em ter asas e voar feito um passarinho, isso seria sonhar demais, até para ela. Mas ela queria pilotar aviões. Sonho incomum para uma menina linda de apenas nove anos, que convivia com garotas de sua idade que desejavam tudo, menos aquilo. Para elas, era um “sonho de menino”. Ela, menina, queria aquilo. Queria pilotar aviões de caça. Esse era seu sonho. Aos nove, ela se imaginava com trinta e cinco anos, dentro de um caça, vendo tudo lá do alto, tudo pequeno, como realmente era. Ela se imaginava vivendo após o limite. Não importava o risco. Aos nove ela entrou num avião de verdade. Seu pai que era piloto, a escondeu de seus superiores e a levou junto numa missão. Ele deu a ela um saquinho de vomitar. A viagem foi longa e linda para ela. E ela sentiu orgulho de sair do avião, e olhar para aquele saquinho mesquinho que estava ainda embalado. Ela não precisou dele. Para ela, ela era forte.


Mas por que ela estava ali aos trinta e cinco ela ainda estava ali naquela mesa ? Falta de capacidade ? Jamais. Ela acreditava em si, mais do que acreditava em Deus. Para ela, ela mesma era seu Deus. O que a fez não estar lá ? Aos dezoito ainda dava tempo, mas ela optou por outra paixão, apesar de a de outrora permanecer sempre em seu coração. O que aconteceu ?


O que aconteceu Morgana ?

Não posso escrever se não te entendo.

sábado, 7 de março de 2009

Fala pra caralho.

Respirar não é só mais um ofício. Enquanto você caminha, aqueles outros que necessitam bem mais que você, até conseguem sorrir. Eles são os jogados, a bosta desprezada do mundo, os sem Deus. E ainda assim conseguem viver, da maneira deles.
Muitos de nós, aqui, em NOSSA realidade, nos queixamos de coisa a toa. Como eu já ouvi em uma música, "não agradecem ao sol". Não estão nem aí se estão respirando ou não, conseguem se comparar a um robô ou marionete, literalmente.

Controlados pelas modas ou pelo desejo de não se encaixar em nenhuma "moda". Uns são iguais sem querer, outros são por querer, outros querem ser diferentes mas acabam sendo iguais, inevitavelmente. Quase ninguém é o que é, e os que são, acabam sendo taxados de libertinos demais, ou hipócritas. Não é bem assim. Não é só por que eu sou humana que eu não posso apontar os erros dos humanos. Não é só por que eu não agradeço todo santo dia por ter um sol, que eu vou esquecer que ele está ali. Não é só por que eu zouo um esteriótipo, que eu vou acreditar nele. Na verdade pra mim, esteriótipos não existem. Zoação é zoação.

Eu fico puta de ver essas pessoas que já foram algo que hoje esculacham. Quer dizer, não é só por que você desencanou daquela coisa, é que você tenha que mandar um esculacho magnífico. Por que ninguém quase nunca consegue ser na sua ?

Enquanto isso, os "outros" estão passando fome. Aí você que vive falando que Che é um cara super legal, você que reclama do Mc Donalds dizendo que é o que mais estimula o capitalismo como se você mesmo não fosse um filho da puta consumista (isso é ridículo), você que adora discutir política com seus amigos que você julga ignorante pra dar uma de pseudo cult da vida. Você que fala que comunismo é uma parada que devia estar em nossa realidade, bla bla bla, você tá enchendo o papo aí e eles estão lá. Acho que o cara que realmente apóia essa parada toda de revolução e não sei o que, mundo utópico, deveria ser o primeiro a ir lá na puta que pariu ver as crianças morrendo. Por que o cara só fala, e só fala. E isso na realidade de hoje é fantasia.

Que tal um pouco de silêncio ?

sábado, 5 de julho de 2008

O Título


Eu não sou genial assim todos os dias
Apenas nos dias em que penso não ser
e não me ater que me perco em calendários
Mesmo que eu queira, ou que seja sem querer.

Fora de quadrados, esquerdo, com o pior dos
retardos mentais, meu bem, eu passo mal.
Em prever sonhar com enigmas doentes,
espaciais ... como uma cera fria de uma vela sem calor.
Ser ou não ser, eis o tesão da fome de
amargurar.
O poeta disse num dia, sobre beija-flor, mas
que flor, encontro aqui leões.
Cujos dissecam a massa cinzenta e me isentam,
não penso, não coloro, não decoro. Crio asas consumistas.

Em um furacão ébrio, neblina escura se
ascende em mim. E na tempestade mais uma vez, eu estava
vagando
Encontrei num templo meu herói, ele morreu há
décadas... Admirei-o. Como ele me acolhe nesses dias! Me
acolhe legível, vidraceiro, mais ou menos comum…
E os olhos de esmeralda, como sempre sonhei.
Mas não me olhava, não me olhava, e eu o olhava em vão.
Repousava como eu deveria repousar. Ele estava em meu
lugar.

Furei meus olhos nus, acariciei sua
silhueta imóvel.
Não era o mesmo, não era o mesmo, onde está ?
E cai novamente, em seus pés, eu chorei. Chorei ? Não sei.
Incomensurável, minha interpretação crua, sem
massa cefálica... sem sal.
Se chorei? Me debulhei em lágrimas! Sequei de dentro pra
fora, por pouco não implodi.

E percebi, minhas pobres lágrimas eram a
tempestade a qual eu vagava ébrio, de meu próprio sal,
delinqüente sem lar, mas eu pensava, era o único que
pensava diante de todos que me apontavam.

Sombrio... cavei os ossos sem achar tesouro
algum, meu interior era podre. Cadê a chave pra me tirar
daqui!? Saltei no trampolim, desovei. Mergulhei num
remexido viscoso: Petróleo e notas de 100.

Eu queria, eu queria me limpar, mas aquilo me
amava, e eu acabei amando aquilo. A doce "virgem" de minhas
noites, já não era tão atraente. Ela morreu. E eu
enterrei-a ... na lama.

Joguei sua carcaça à crocodilos famintos e
mal amamentados, por natureza. Devorei crânios, sem tecido
epitelial, me desfazia, não sabia viver nos entremeios de
um gênio.

Um gênio era apenas um gênio e eu sentia que
não seria menos que aquilo. Menos que "apenas um gênio".
Mergulhei então no Éden límbico de meus prazeres mais
escondidos. Meus desejos póstumos que se libertaram enfim.
Não me assombrariam mais. E eu me tornaria o melhor
delinquente sem lar.

Um delinqüente longínquo do que era. Atirei
num padre pelas costas. Arrombei a porta do universo
paralelo. Invadia lentamente os Anais da Loucura, eles eram
puro&sujo.

Como preto e branco. Como em preto e branco.
Minha sanidade em preto e branco. Me puniram então, sem
sucesso. Vocês nunca vão me ter, pois estão em minhas
calejadas mãos. A qual fatiaram em vão. A qual lhes
mostrará o inferno de meu breve sermão. Minha revanche com
gosto de chocolate quente.

Eu desfigurei, sem estética, ladainha,
sardinha. Sentiram o teor da minha saliva. Cerrei seus
dentes no asfalto.
Pulei de para quedas.

Testei sua sanidade em questão, não quero que entenda.


Por Anais da Loucura e puro&sujo.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sem limites.

Escolha uma vida. Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma familia. Escolha uma televisão grande, máquina de lavar, carros, cd player, abridor de lata elétrico...

Escolha saúde, colesterol baixo, seguro dentário. Escolha prestaçoes fixas pra pagar. Escolha uma casa. Ter amigos. Escolha roupas e acessorios.

Escolha um terno feito do melhor tecido. Se masturbar domingo de manhã pensando na vida. Sentar no sofá e ficar vendo tv. Comer um monte de porcarias. Escolha uma familia e se envergonhar dos filhos egoístas que pôs no mundo para substitui-lo. Escolha um futuro. Escolha uma vida.

Por que eu iria querer isso?
Preferi nao ter uma vida.
Preferi ter outra coisa.

e os motivos... nao há motivos.