sábado, 26 de dezembro de 2009

Preciso fazer xixi.


De uns tempos pra cá eu tenho pensado muito na palavra "hipocrisia". Quero dizer, quem garante que a palavra "hipocrisia" não esteja saindo diretamente da boca de um hipócrita? Por isso eu não me arrisco muito e penso mil vezes antes de chamar alguém de hipócrita, uma vez que eu tenho os meus podres e a pessoa, os dela.


Mas uma coisa é fazer na minha frente. Uma coisa é ser hipócrita na minha frente e dizer que eu tô errada. Aí eu acho o foda-se e grito "Seu hipócrita". Pessoas até do meu meio são acostumadas a viver um outro tipo de lance, e talvez por eu não entender (diz-se viver) eu pense isso, mas eu tenho quase certeza que eu não preciso fazer a mesma coisa pra entender realmente, e ter o meu direito de falar: HIPÓCRITA. Se você tirar esse meu direito só por que eu não vivencio isso, eu vou mandar a pessoa do meu lado tomar no cu quando chamar o governo ou não sei o que de política, de hipocrisia "AH MAS É MUITA HIPOCRISIA ESSE PAÍS", pois é né cara, a palavra se volta pra você. Sabe aquela situação que é tão ridícula que na tua mente não surge nem argumentos? Pois é... A minha própria mente dispensa o trabalho de formular um argumento de tão patético que é o que eu acabei de ouvir. E isso acontece comigo várias vezes.


Que nem agora, eu vou te chamar de mijão de bosta de babaca pq vc tá lendo essa merda que eu escrevi, sendo que agora eu preciso fazer xixi.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que acontece...? O que aconteceu?

Ela tem trinta e cinco anos.

Está sentada numa mesa de bar com amigos, como sempre fazia, desde que tinha dezesseis. Segurava uma caneca bruta, com muita cerveja, e a bebia, com sede, e gargalhava após alguma piada machista. Gargalhava pois achava ridículo, mas ainda assim, engraçado. Desde que tinha dezesseis, ela faz isso. Mas desde dos nove, ela sonhava em ser alguém importante.


Ela sonhava em voar. Não em ter asas e voar feito um passarinho, isso seria sonhar demais, até para ela. Mas ela queria pilotar aviões. Sonho incomum para uma menina linda de apenas nove anos, que convivia com garotas de sua idade que desejavam tudo, menos aquilo. Para elas, era um “sonho de menino”. Ela, menina, queria aquilo. Queria pilotar aviões de caça. Esse era seu sonho. Aos nove, ela se imaginava com trinta e cinco anos, dentro de um caça, vendo tudo lá do alto, tudo pequeno, como realmente era. Ela se imaginava vivendo após o limite. Não importava o risco. Aos nove ela entrou num avião de verdade. Seu pai que era piloto, a escondeu de seus superiores e a levou junto numa missão. Ele deu a ela um saquinho de vomitar. A viagem foi longa e linda para ela. E ela sentiu orgulho de sair do avião, e olhar para aquele saquinho mesquinho que estava ainda embalado. Ela não precisou dele. Para ela, ela era forte.


Mas por que ela estava ali aos trinta e cinco ela ainda estava ali naquela mesa ? Falta de capacidade ? Jamais. Ela acreditava em si, mais do que acreditava em Deus. Para ela, ela mesma era seu Deus. O que a fez não estar lá ? Aos dezoito ainda dava tempo, mas ela optou por outra paixão, apesar de a de outrora permanecer sempre em seu coração. O que aconteceu ?


O que aconteceu Morgana ?

Não posso escrever se não te entendo.

sábado, 7 de março de 2009

Fala pra caralho.

Respirar não é só mais um ofício. Enquanto você caminha, aqueles outros que necessitam bem mais que você, até conseguem sorrir. Eles são os jogados, a bosta desprezada do mundo, os sem Deus. E ainda assim conseguem viver, da maneira deles.
Muitos de nós, aqui, em NOSSA realidade, nos queixamos de coisa a toa. Como eu já ouvi em uma música, "não agradecem ao sol". Não estão nem aí se estão respirando ou não, conseguem se comparar a um robô ou marionete, literalmente.

Controlados pelas modas ou pelo desejo de não se encaixar em nenhuma "moda". Uns são iguais sem querer, outros são por querer, outros querem ser diferentes mas acabam sendo iguais, inevitavelmente. Quase ninguém é o que é, e os que são, acabam sendo taxados de libertinos demais, ou hipócritas. Não é bem assim. Não é só por que eu sou humana que eu não posso apontar os erros dos humanos. Não é só por que eu não agradeço todo santo dia por ter um sol, que eu vou esquecer que ele está ali. Não é só por que eu zouo um esteriótipo, que eu vou acreditar nele. Na verdade pra mim, esteriótipos não existem. Zoação é zoação.

Eu fico puta de ver essas pessoas que já foram algo que hoje esculacham. Quer dizer, não é só por que você desencanou daquela coisa, é que você tenha que mandar um esculacho magnífico. Por que ninguém quase nunca consegue ser na sua ?

Enquanto isso, os "outros" estão passando fome. Aí você que vive falando que Che é um cara super legal, você que reclama do Mc Donalds dizendo que é o que mais estimula o capitalismo como se você mesmo não fosse um filho da puta consumista (isso é ridículo), você que adora discutir política com seus amigos que você julga ignorante pra dar uma de pseudo cult da vida. Você que fala que comunismo é uma parada que devia estar em nossa realidade, bla bla bla, você tá enchendo o papo aí e eles estão lá. Acho que o cara que realmente apóia essa parada toda de revolução e não sei o que, mundo utópico, deveria ser o primeiro a ir lá na puta que pariu ver as crianças morrendo. Por que o cara só fala, e só fala. E isso na realidade de hoje é fantasia.

Que tal um pouco de silêncio ?